ajuste

Vamos lá. Papo séril. Dois ouvidos, left right, audição estéril. e tudo mais vá pro inférnil.

Precisando muito conversar com vc, star putz. my boy. i left you, i know. here i am, entre céu e terra, entre inferno e inferno, entre céu e céu. there you are, between audio in and audio out, in tosco english existindo coitado, e eu te abandonando dia após dia.

quem mais abandonei? inoperacionalidade máxima, quase sem trabalhar, sem internet em casa. tanta gente magoada comigo? vamos que invamos.

primeiro que havia perdido a fé em escrever, sabem como é. o tudo é muito grande, e a letra é pequena. impossível abraçar com essas linhas o céu que tem feito esses dias. e como tem chovido.

mas é q o reset às vezes se impõe. e fui resetar tudo. o oscar capinou o meu quintal, fizemos três canteiros. minha casa hj tem uma cara. a sala está ultrapsicodélica, eu e theo penduramos uns lápis e uns cordões na parede, ficou expressivo. meu estúdio de trabalho está um tesão. estou ouvindo música nova, umas coisas já clássicas, mahler brahms strauss (escreve como se ouve?). que satie e cage eu já ouvia. e tenho lido livros na sala. tomando muitos chás, balada quase nunca. e cuidando do meu filhote. levando vida digna, sem dinheiro pra nada, sou um sucesso! entre as churrasqueiras fumegantes do bairro santa mônica (as meninas como são gostosas!), olha a pamonha tá acabando, sou um habitante do bairro, nada mais. autocomplacente como sempre, romantizando/ poetando tudo - falta testosterona mas sobra endorfina - queimando os dedos pra colocar na boca depois, estou livre.

coloquei o pé na vida, já posso chafurdar no digital.

primeiro passo: detonar ainda mais o q restou de reputação. libertas ainda quae sera tamen, como que é isso mesmo?

and so it goes

ela disse: q nervo!

ele disse muito bem lembrado esse que nervo, vou chupar essa lembrança como se fosse um sorvete com pedaços de morângulos

ela disse estou velha, só penso em ficar em casa

pra ele redizer ah eu tb estou velho, me passa o endereço que eu fico em casa com vc


...

13 poemas ácidos no bolso da calça



GENTE

hj o Robisson Sete lança seu livro

já tenho o meu exemplar em mãos

sensacional

vai ter sarau na casa da cultura, com um monte de gente se apresentando, inclusive esse eu q vos fala

e depois festa no goma, com show da juanna barbera, participação de rogério skylab, e discotecagem do moita mattos

noise, mais uma vez

bjo gigantão té mais tarde fui.
hoje tem balada e eu não vejo a hora. meus encostos estão lambendo os beiços, me apressando. posso tomar banho e fazer a barba antes, carambolas?

(fume a primeira pedra
quem nunca pagou multa na biblioteca)

excesso, ecesso, eceço, essa palavra q vai dar em sexo

o gôsa coisou em mim, dedicando-se por inteiro, e materialmente.
o amor é um esporte que requer lenço
depois, documento
até q vem o vento pra salvar tudo

li ali babá até madrugar. vou matando uma uma minhas súditas, modo de reencontrar xerazade. se ela me contar a piada do não-nem-eu... aposento minha foice na hora, quem sabe saio dessa alcova pra ver o sol, tomar uma ducha. tanto tempo aqui metendo metendo metendo matando matando matando comprometeu seriamente meu senso de humor. comprometendo compremetendo comprometendo.

pegadinhas do faustão domingo à tarde, minha cama improvisando mapas dia após dia, por não ser nunca arrumada. leio meu presente pelo desenho dos mapas q meu corpo involuntariamente traça enquanto eu e meu nariz e minha rola (trio insinuação: bateria baixo e sax) não nos decidimos sobre o ocidente ou o oriente, ao longo da noite.

meu oráculo lençol, nunca conhecerás a placidez de um lago forrado com o pano plúmbeo de deus. mesmo assim, é em ti que vou mergulhar mais tarde. jamais te atravessarei, casulo da virgem maria. mas sei que qdo atravessar será em boa companhia, e a carne exposta do colchão ortoflex vai se embebedar com o fluor das minhas costas, digo suor das minhas costas, digno suor de um trabalhador latino-americano sem carteira de identidade que comprove o ir-se inquieto de seu nome sua idade.