COLUNA MUSICAIS

O SAMBA MANDOU ME CHAMAR

Que é uma Universidade? Que é o acontecer de um campus universitário? Salas de aula com professor na frente falando e aluno sentado anotando? Hospital se virando como pode pra atender o pessoal com prontuário na mão? Bichos-grilos de pés descalços captando as emanações da terra por meio da ioga praticada sobre os gramados do campus? Meninas bonitas egressas dos cursinhos da vida sorvendo suco de açaí na cantina enquanto comenta, com a boca um pouco cheia, a última eliminação do Big Brother? Tudo isso é o acontecer de uma universidade. Isso tudo, e mais um monte de coisa.

Um dos aspectos mais importantes da Universidade, e que cada vez mais vem sendo ignorado pelo direcionamento careta que vai regendo seus caminhos, refere-se à sua atuação no âmbito da arte e cultura. Impossível dissociar a Universidade da vida cultural de um país. Antes, espera-se, de uma Universidade, que ela se constitua como um verdadeiro laboratório de linguagens, um centro de pesquisa e experimentação, uma produtora de signos novos, de informação nova. A Universidade recebe suas verbas para isso: para ser antena, vanguarda, pensamento avançado a serviço de uma sociedade atrasada, desejosa de melhores dias.

Todo mundo tem total conhecimento do potencial da arte, enquanto agente transformador – seja da sociedade, seja dos indivíduos. A arte diz ao corpo e ao espírito. A burocracia diz ao escritório. Se uma universidade possui mil faces, o melhor é que essa face artística, jovem, inteligente, apareça mais que a faceta engravatada, burocrática, engessada por um academicismo medieval.

Não posso deixar de dizer: de tudo o que vi na Universidade – foram nove anos estudando na UFU – o mais bonito, educativo, transformador, crítico, inteligente, vivo, foram, certamente, os eventos festivos marcados pelo signo da liberdade. Liberdade de linguagem, liberdade comportamental. Alguns deles: os Acampamentos 1998 e 2000, os papos sob os pés de Jambolão, o Projeto Cinco e Meia, as pizzadas da Arquitetura, o Samba Mandou me Chamar. Como diz o professor Roland Barthes: “não pode haver saber, sem sabor”.

O samba mandou chamar. Atende esse chamado, UFU.


Publicado na coluna Musicais, do Jornal Correio, de Uberlândia.


Star Putz Videos

oi gente

dizer: pintou um irmãozinho do star putz

blog novo


nele, vou despejar o q tem pintado de video aqui pelos computadores da STAR PUTZ PRODUÇÕES LIMITADAS.

é só produto garantido

convido os companheiros ao clique amigo

repetindo link, pq pra baixo é q se anda



beijo mil beijos

COLUNA MUSICAIS

GALVÃO BUENO DO BRASIL

O BBB vai avançando, cada semana um ou dois participantes são obrigados a desfazer as malas, desligar os microfones, dar uma choradinha e dizer adeus pro Pedro Bial. Na minha televisão aqui de casa, o BBB já começa com a eliminação total de todos os participantes. Não posso abrir mão desse trofeu: BBB sucede BBB, e eu consigo não saber o nome de um brother ou sister sequer.
Não sou de ficar chateado com a popularidade desses programas. Acho aquilo tudo de uma crueldade extrema, tão cruel quanto os programas dos datenas da vida. Como não tenho estômago pra essas coisas, não assisto, e pronto.
Cada um escolhe o que fazer da própria vida. Não é de hoje que meu gosto pessoal não se afina com o dos espectadores brasileiros. Isso não me incomoda nem me deixa feliz. Mas há um ponto de discordância entre meu gosto e o gosto da maioria (essa palavra ainda é possível?) dos brasileiros: a impopularidade do Galvão Bueno.
Soube, através de amigos, que o Galvão vem passando por um momento de impopularidade. Fiquei entristecido, com isso. Nunca me incomodei com as pessoas se devotarem ao Big Brother. Mas não acho justo o Galvão Bueno ser condenado como o chato da vez. Principalmente pelo fato de haver, a seu lado, no mesmo canal, um cara como o Pedro Bial.
Galvão (e toda sua equipe, aliás) produz um dos melhores textos da televisão brasileira. E o melhor: de improviso. As dificuldades são imensas. Galvão precisa matar um leão a cada jogo de futebol. E se sai muito bem do desafio. Seus textos são uma aula de clareza, dicção, brevidade. De música. Não são raras as vezes em que eu deixo de prestar atenção à pelada pra estar atento ao espetáculo que é a produção de textos da equipe do Galvão Bueno (o mesmo, aliás, é possível dizer quanto ao trabalho do Cléber Machado).
Então tratemos de fazer justiça: um país que aceitou tão bem um programa como o BBB não pode condenar dessa maneira um artista verdadeiro como o locutor esportivo Galvão Bueno do Brasil.

Publicado na coluna Musicais, do Jornal Correio, de Uberlândia