COLUNA MUSICAIS

GALVÃO BUENO DO BRASIL

O BBB vai avançando, cada semana um ou dois participantes são obrigados a desfazer as malas, desligar os microfones, dar uma choradinha e dizer adeus pro Pedro Bial. Na minha televisão aqui de casa, o BBB já começa com a eliminação total de todos os participantes. Não posso abrir mão desse trofeu: BBB sucede BBB, e eu consigo não saber o nome de um brother ou sister sequer.
Não sou de ficar chateado com a popularidade desses programas. Acho aquilo tudo de uma crueldade extrema, tão cruel quanto os programas dos datenas da vida. Como não tenho estômago pra essas coisas, não assisto, e pronto.
Cada um escolhe o que fazer da própria vida. Não é de hoje que meu gosto pessoal não se afina com o dos espectadores brasileiros. Isso não me incomoda nem me deixa feliz. Mas há um ponto de discordância entre meu gosto e o gosto da maioria (essa palavra ainda é possível?) dos brasileiros: a impopularidade do Galvão Bueno.
Soube, através de amigos, que o Galvão vem passando por um momento de impopularidade. Fiquei entristecido, com isso. Nunca me incomodei com as pessoas se devotarem ao Big Brother. Mas não acho justo o Galvão Bueno ser condenado como o chato da vez. Principalmente pelo fato de haver, a seu lado, no mesmo canal, um cara como o Pedro Bial.
Galvão (e toda sua equipe, aliás) produz um dos melhores textos da televisão brasileira. E o melhor: de improviso. As dificuldades são imensas. Galvão precisa matar um leão a cada jogo de futebol. E se sai muito bem do desafio. Seus textos são uma aula de clareza, dicção, brevidade. De música. Não são raras as vezes em que eu deixo de prestar atenção à pelada pra estar atento ao espetáculo que é a produção de textos da equipe do Galvão Bueno (o mesmo, aliás, é possível dizer quanto ao trabalho do Cléber Machado).
Então tratemos de fazer justiça: um país que aceitou tão bem um programa como o BBB não pode condenar dessa maneira um artista verdadeiro como o locutor esportivo Galvão Bueno do Brasil.

Publicado na coluna Musicais, do Jornal Correio, de Uberlândia

Um comentário:

Anônimo disse...

A propósito, vc já leu a bravo deste mês, sobre o Andy Warhol? Eis uma lição de clareza. E de música.