jesus cristo, exato nos seus 30 anos, participa festivo, sandálias à parte, do aniversário de um amigo. carisma de sempre, o olhar de sempre, tomado por cada um dos seus 15 tipos de saudável embriaguez, uma das quais sendo a do vinho, que já vai nas últimas - jesus é total. avisado da má notícia do fim do goró, consulta sua mãe, que responde com um não de cabeça. a pergunta silenciosa não dizendo respeito à grana, à contribuição na vaquinha, porque o que havia de tutu nas algibeiras dos presentes já tinha descido para a venda, disso todo mundo sabia. à sua doce mãe, jesus perguntava: "que tal lançar mão do meu talento secreto? a causa é boa..." ene á ó til, que em aramaico é outra coisa, sendo a mesma.
falou o instinto dionisíaco. contrariando a mãe e os preceitos, jesus opera, antes da hora prescrita, e motivado talvez pela sede - sede de vida, de vinho, de contato, de alegria, de festa! - seu primeiro milagre. isso, sobre a precipitação de jesus, está na história oficial, não é caô de blogue. tal gesto constitui-se como um dado fundamental para qualquer pensamento sobre a figura de jesus, mesmo que male porcamente tenha sido visitado pela historiografia oficial, temerosa pelo mau exemplo de um cristo jesus boêmio.
talvez com o muslabum de um ravengar, ou o abracadabra do mickey feiticeiro, jesus transforma a água em vinho. é claro que lhe era interessante causar algum frissom com seus talentos, o vigor de sua Mensagem dependia disso. mas é interessante pensar, antes de superpoderes naturais, em poderes supernaturais. a técnica sempre teve, aos olhares do leigo, cores de magia.
_ tem água aí, pelo menos?
_ temo sim.
_ uva?
_ na hora.
_ fermento de pó royal?
_ iés.
_ joga na mão.
_ pra que, rapaz, vai fazer lambança de novo?
_ aguarde e confie.
Muslabum!
_ que isso, bicho, o cara transformou água em vinho!
_ um brinde.
_ axé!
_quem é esse cara?
_não sei, mas é um gato.
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Um comentário:
hmmm... que blas fêmea!
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