que se

acabei de assistir o clipe de a little respect, do erasure

lembra? "i try to discover..."

vi no vh1, q descobri agora e q me apaixonou

aí tem uma hora do clipe em q o rapaz à esquerda do video passa para o rapaz à direita a palavra "respect". isso com uma certa insolência doce, uma expressão q precisava transmitir a idéia de q se tratava, ali, de uma relação entre namorados

achei bonito. ingênuo e bonito

isso me lembrou esse papa aí q tá no poder, nem ingênuo nem bonito, morando em roma, guarda-roupa cheia de batina roxa e creme hidratante contra as rugas de caráter

(padre marcelo rossi, lá onde vc comprou essa carinha de santo... tinha pra homem não?)

o papa. é, o papa. ele disse pro jornal nacional q o "comportamento homossexual" era algo indesejável, a ser limado da face do planeta.

isso me trouxe à mente tb o dia desses em q, numa mesa de bar, defendi a idéia: intolerância sexual não seria apenas intolerância sexual contra essa ou aquela orientação.

q pode existir, e existe, intolerância sexual (e afetiva) contra menino gostando de menina, e contra menina gostando de menino, tb

e q esse tipo de intolerância era muito revelador, mais revelador até q a intolerância contra orientação: nesse caso, o intolerado não é a opção sexual, mas o amor em si. o amor, centro de nossa cultura romântica e novelesca, paradoxalmente, parece ser pouco e mal tolerado

apesar de indisfarçavelmente preconceituoso (a sociedade é preconceituosa, logo, e infelizmente, tb sou), desde sempre simpatizei com os impossibilitados de amar

isso, nos abaetés da vida, não era raro

me lembro das recém-enviuvadas bailando felizes da vida no reveillon, nos braços ou nos olhos de alguém em corpo presente, vida-reveillon execrada pelas viúvas de marido vivo

ou dos tiozões respirando amor diante de menina com idade pra ser neta dele. ela por sua vez respirando amor pelo homem que nem de longe lembra o avô. e tudo ficando por isso mesmo, q safadeza tanta longe daqui pelamordedeus

coisas assim

(pimenta no olho dos outros é refresco. refresco no olho dos outros é pimenta)

eros - cupido - é cego. é tiro q viaja cego e é tiro que cega o alvo.

eros - cupido - é menino, traquinas. quem nunca foi bumbum pras flechadas de cupido q se lamente profundo.

7 comentários:

wagner schwartz disse...

como legente e crítico do seu blogue, gostaria de te agradecer pela postagem. gosto desse seu papo-refresco em sair ajuntando um monte de palavras que no final têm um sentido único, o da continuação. seu olhar politizado me emociona. a política da boa vizinhança me dá nojo. "me" diga-se "nos". mas a pobreza intelectual é um manjar. é fácil viver pertinho dela absorvendo sua estética-pudim-branquinha, reafirmando seu poder de falta de talento (pq o manjar mais famoso é o da caixinha). e haja consumidores. na própria família eles existem. aliás, as grandes guerras não começaram no vaticano, querido, mas no quarto ao lado do seu. já cheguei a pensar que o amor não era feito para os gays e, também, a vitimar um corpo por conta das ideologias ultra-violentas de uma receita que tem a extensão da própria casa. mas, hoje, ando distribuindo beijos na boca e fazendo alguns outros-poucos um pouco mais feliz. é bom ser mais velho e ver q jezuis e o papa jantam na mesma mesa sexista e, os empregados (risos) são a classe média consumidora de best sellers.

um beijo querido,

te amo.

Anônimo disse...

Maravilha, Danislau. Mais uma vez você pilha jungianamente uma idéia de dentro do meu córtex; confesso que nem me surpreendo mais. Falo da expansão do conceito de "orientação sexual". Eu, de minha parte, exijo o devido respeito com a minha: sexualmente orientado para a biscatice. Meu tesão que recusa Vênus Platinadas; milankunderices insustentáveis para alguns.
Resta pedir proteção a Yasunari Kawabata - meu buda ditoso - e a São Jorge (Luís Borges) Guerrero, caballero de los pampas. Exu John Fante de cabeça, erê Bukowski que me acompanhe (esse dois, grandes bost sellers americanos, você sabe). E a classe merdia que pague a conta que eu tô duro.
Beijão.

Anônimo disse...

Faltou dizer que, pra salvar a cidade ameaçada pelo Zeppelin, me faço Geni de Cuecas; sem problemas. Mas que não venham tirar onda com a minha cara depois - não sou nenhum Pai Buarque. Escarro e cuspo de volta, sin embargo.

Anônimo disse...

Eu acho bom o preconceito. Na verdade, hoje a minha a luta é identificar e resgatar os meus próprios e autênticos preconceitos, que foram roubados ao longo da vida. Ladrões de preconceito filhas da puta.

wagner schwartz disse...

to motherfuckin'bowie: pfff

wagner schwartz disse...

to motherfuckin'bowie: pfff

Anônimo disse...

Veja este clipe no YouTube e diga se o vocalista do Porcas não fez o mesmo quando tira os óculos para cantar juntinho do Arnaldo? Mas este refuga...
http://br.youtube.com/watch?v=9zNslNNQAcI

:-)