monólogo de msn com a clarah averbuck

Danilo says:
titãs foi a primeira banda q me machucou

isso qdo eu tinha os 9 anos, 87

sabe flasback q só cheiro e musca dá?

então

ouço esse disco de 87 e vem esse flashback

é maravilhoso sentir de novo a maneira como eu sentia o rock, naquela época

constato que o rock já estava em mim, desde sempre

o rock trabalha com umas energias primitivas, sei lá

energias recalcadas pelo modus vivendi católico, ocidental

essas energias têm a ver com o subsolo

com a lama

essa coisa q a gente conhece bem

vivenciar o rock é uma coisa muito desgastante, tenho achado

é uma energia importantíssima, muda as coisas, q seria do mundo sem o rock

não apenas o rock-música, mas o rock-comportamento

desgasta pq? pq parece q, pra se fazer rock, seja necessário se sujar com a tal lama, mergulhar no subsolo

imersão necessária

sempre desconfiei q o rock tivesse tudo a ver com a morte

não a morte iron maiden

o roqueiro é um cara q experiencia

inclusive a morte

a morte, q sempre foi tabu, vira totem, para o roqueiro

donde as martirizações todas

mesmo qdo o roqueiro não morre, ele não se livra da morte

vide o exemplo: "porra, mas o keith richards está vivo até hj?" iggy, bowie etc

é como se o prazo de validade do roqueiro fosse menor

esses caras aí, vivos, têm pinta de exceção

amante da energia do rock, me sinto trilhando esse caminho

imerso, cabelo molhado de vida, de morte

tudo isso me lembra o cristianismo

o roqueiro é o cordeiro, a ser sacrificado

já disse q via isso em vc, sem entender direito

via uma coisa de auto-imolação

auto-imolação a gerar sua obra, sua mensagem, a parte de vc q não vai morrer

permanece, mudando vidas

louco isso

morrendo, o artista de salva da morte

ou por outra

o artista se salva da morte justamente pelo morrer

2 comentários:

Heart of the Sunrise disse...

Veja só, neste mundo virtual secretamente cretino da internet já conheço tua opinião sobre punheta, alguns poemas teus e já ouvi tua voz, mesmo estando a alguns quilômetros de distância e sem nunca ter visto tua cara.

E achei tudo curioso bagarai. Sérião, teus posts de blog são marotos, o som do Porcas Borboletas é legal e até me sinto tentado a comprar seu livro.

(Mas só tô dizendo isso por caridade, ok?)

Abração ae, tio.

Clara Averbuck disse...

ele diz isso a nossa senhora da pequena morte,
amém