são 22 horas desse dia 31. os anos dois mil são tão bonitos, quando visualizados - ou quando escritos. 2002 eu adorei. 2001 nem se fala: o kubrick ensinou a gente a gostar. 2004 não deixa de ser simpático. 2005, por que não? 2006, incrível. 2008, que perfeição. e agora, o mais bonito, posto que inédito. 2010.

2010 é o ano que separa os dois 00 dos anos dois mil. quanta coisa está por acontecer, além disso.

mas que é um tesão esse momento, issoé. essa iminência. os foguetes atormentando os cachorros e os tristes. eu, claro, sou mais um dentre os tristes. e dentre os cachorros também, não precisa lembrar. uau au.

perdi as contas dos reveiones que passei em casa, no sossego. o mais legal de todos foi quando a larissa tava grávida, e a gente quis passar a virada com a mãe dela. comi um tanto de empada, e veio vindo sono, e ela dizendo que sono é esse, complacente. acordei no ano seguinte, que já é ano passado, retrasado, sei lá. último reveion que passei acompanhado foi esse.

porque revlon eu sempre passo sozinho. mesmo quando no meio de todo mundo. reveillon é a experiência da simultaneidade. não consigo sair ileso disso. é uma experiência que, de tão fincada no tempo, acaba por borrar o espaço. zera a contagem regressiva, o brazil explode de alegria, e meu coração está em todo lugar. que fogos iluminam o olhar dos meus amigos, nesse super-agora que é a Virada?

são 22 e 15, estou pelado esperando o ano novo. ainda não sei pra onde vou. sei que vou de bicicleta, pro ano me surpreender de tênis e short. são as melhores noites, aquelas para as quais se lança sem muita expectativa.

contemos juntos essa regressiva, porque amo todo mundo.

e salve oxalá, regente de 2010. Aê Babá!


O LUGAR INEVITÁVEL


As águas escorregando pelo asfalto definem seus caminhos: é a enxurrada. Cai água do céu, e os guarda-chuvas, com sua beleza esplêndida, colorem a cidade cinza. Vez por outra, aparece um aventureiro. Sem a guarnição da lona do guarda-chuva, produz seu caminhar-quase-correndo, o corpo curvado, cabeça baixa, como se quisesse adiar, por meio meio-segundo, a molhança nos cabelos. E os joelhos sempre no alto, pisada mínima no chão, o esforço para tentar sair incólume do trânsito entre poças e enxurradas. Cabeça baixa, pés no alto, eis o homem natalino.

Se a benigna chuva restringe o trânsito por entre as ruas, o que se poderá dizer das duas datas do fim-de-ano? Como se postar, onde estacionar o corpo em cada um desses últimos dias? É quase uma imposição. Você tem que estar em algum lugar. E são tantas as notícias de fulano na Bahia, beltrano em Caldas Novas, que fica a impressão: estou sozinho nessa cidade chuvosa.

Mas o desafio ensina. Diante das duas datas mais opressivas do ano, diante da quase-obrigação de se estar em algum lugar, tomo a resolução: vou estar em lugar nenhum. Melhor: vou estar apenas onde estiver. Porque o lugar primeiro, o primeiro (e último) lugar, o lugar inevitável, é o dentro da gente. Liberdade Condicional, poema do Mário Quintana, deixa tudo mais claro.

Poderás ir até a esquina

Comprar cigarros e voltar

Ou mudar-te para a China

- Só não podes sair de onde tu estás


(publicado originalmente na coluna Musicais, do Jornal Correio, de Uberlândia)

até

amanheceu o dia aqui, luzes percorrendo as horizontais, porque ainda é cedo.

preparo o cesto de roupas sujas pra viajar. viajo com as roupas sujas. parto para o futuro com as roupas sujas.

dois anos atrás, véspera de ano novo, fiz o convite: conta comigo os últimos segundos desse ano que vai passando.

fizemos a contagem regressiva, contamos como pudemos os compassos iniciais do ano. a que número chegamos?

difícil contar comigo. mas a sua contagem segue firme. cheia de doçura, como uma canção.


dedicado à gabi


tour fora do eixo

aô, meu povo

tamo aqui mandando brasa na Tour Fora do Eixo. No momento, em Salvador. Hj é dia de folga. Até ontem, foram 7 shows. um por dia. uma beleza.

quem tá contando tudo é o twitter do porcas.

http://twitter.com/porcasapasseio


confiram. experimentar todas as possibilidades

Porcas no nordeste

Vai ter início amanhã a terceira etapa da turnê de lançamento de A passeio, segundo disco do Porcas Borboletas. A banda faz 10 shows em 12 dias de turnê. Segue, abaixo, a agenda completa. Quem estiver por perto, aparece, que vai ser bom.

08/12 (terça) - Tour Fora do Eixo - Hey Ho Rock Bar (Fortaleza/CE)

09/12 (quarta)- Tour Fora do Eixo - Sgt. Pepper (Natal/RN)

10/12 (quinta) - Palco Off Feira - Conexão Vivo (Recife/PE)

11/12 (sexta) - Tour Fora do Eixo - Espaço Mundo (João Pessoa/PB)

12/12 (sábado) - Festival Omelete Marginal - Part. Otto (Vitória/ES)

13/12 (domingo) - Tour Fora do Eixo - The Jungle (Maceió/AL)

14/12 (segunda) - Tour Fora do Eixo - Rua da Cultura (Aracaju/SE)

15/12 (terça) - Tour Fora do Eixo - Boomerangue (Salvador/BA)

18/12 (sexta) - Tour Fora do Eixo - Festival Pequi (Montes Claros/MG)

19/12 (sábado) - Tour Fora do Eixo - Goma (Uberlândia/MG)

Véspera do último jogo do campeonato. A esperança é a última que morre: VAI DAR GALO

vai dar galo

conforme a combinação dos resultados, e de uma ou outra resolução do STF, dá GALO

o resultado de ontem, de 0 a 3, foi até animador

um final de campeonato atleticano:

a charanga tocando já está chegando a hora de ir e 60 mil torcedores com as mãos pra cima, fazendo o xis de xateado com os dedos

valeu galô, tamo na torcida

super-heroi playboy no goiânia noise



quem fez essas imagens foi a ksnirbaks, menina pra lá de talentosa de goiânia. ó o blog dela:

Pense em mim

Muito tempo atrás, estávamos eu e alguns amigos comprando uma caixa de fósforos numa venda do bairro Santa Mônica. Alguém quis tomar um cafezinho. Puxamos as cadeiras.

Aí, bem baixinho, delicadamente, entrou um Leandro & Leonardo na vitrola. Pronto, o amigo do café reclamou. Que não se podia nem tomar um cafezinho em paz etc. Perguntei: quer paz maior que tomar um cafezinho num estabelecimento do interior do Brasil ouvindo “invés de você ficar pensando nele”? Tentei sugerir ao amigo que nem tudo, em matéria de música, girava em torno do gostar ou não gostar. Não é porque ele não escuta esse som em casa, no conforto do edredon, que necessariamente tenha que desgostar do momento em que a tal música pinte no ambiente.

É preciso respeitar o Supremo DJ – o acaso. Se o correr dos fatos jogou no ar os sons do disco do Leandro & Leonardo, quem é que vai reclamar? Entre ficar incomodado e se divertir, o melhor é se divertir. O João Paulo & Daniel que tocou na galinhada de paróquia em que almoçávamos, domingo passado, fez parte daquela cena. Ajudou na composição global do espaço. Além do que, salientou nosso delicioso provincianismo. Esbravejar, empurrar o prato de plástico pra frente, como se dissesse “ah, perdi o apetite”, parece mais uma atitude intolerante. Não há como viver a vida tentando se desviar do que nossos critérios decidiram condenar como “música ruim”.

Melhor seria amar essa suposta “música ruim”. Descobrir, no lixo, o luxo. Transformar o tabu em totem, o valor negativo em valor positivo. Essa operação – devorar o oposto, o diferente, o outro – coincide com os avanços mais interessantes da história da música, e das artes em geral. O ruído, por exemplo, sempre foi indesejável para a música erudita, pelo menos até o século dezenove. A desafinação, o som do arco batendo no violino, um grito na rua, tudo era a manifestação do feio, atentado contra a ordem divina da música em execução. Até que alguns malucos resolveram transformar o tabu (o ruído) em totem. Incorporaram o indesejável. São incontáveis os frutos dessa experiência, na música pop: a guitarra distorcida, música-ruído, é um exemplo.

Oswald de Andrade, nosso intelectual mais importante, e o mais maluco, está nessa. Sua antropofagia consiste basicamente na atitude de devorar o “inimigo”. Caetano Veloso e todos os outros tropicalistas estão com Oswald. E, o mais surpreendente, estão todos com Jesus Cristo. Uma tradução possível, ainda que desconhecida, para o original em hebraico para “ame o próximo como ama a si mesmo” seria: “ame o diferente como ama a si mesmo”.


Texto publicado essa semana na coluna Musicais, do Jornal Correio, de Uberlândia.

HOJE, no inferno

BANDA É PRESA COM 2 KILOS DE CAFÉ DA MANHÃ EM SÃO PAULO

Integrantes da banda Porcas Borboletas, de Minas Gerais, foram detidos ontem com dois kilos de café da manhã, em frente a hotel de luxo em São Paulo. Foram encontradas 4 maçãs, duas pêras, sachês de ovomaltine, queijo, presunto de peito de peru, iogurtes bliss, pão de queijo, ovo mexido e bacon frito envolto em guardanapo. Informantes teriam relatado o delito à polícia.

Ricardo Batista Ramos, o Ricardim, tentou justificar a contravenção alegando necessidade básica: "Vamos permanecer em são paulo por um bom tempo ainda. O café da manhã do hotel em que estávamos hospedados se encerra às 10 da manhã. E a turnê da banda em São Paulo se estende até quinta. Foi preciso estocar alimento".

Vinicius Gonçalves e Silva, o Vi Baterista, também tentou prestar esclarecimentos à imprensa e à polícia. Todavia, não chegou a formular uma defesa, dado o embargo imposto à sua voz pelos dois pães de queijo com presunto e mussarela que tentava em vão deglutir.

Os meliantes foram detidos imediatamente. Mariana Soldi, eleita advogada do grupo, ainda não entrou com o pedido de habeas corpus. Chegou a produzir o documento, mas disse ter sido orientada por seus clientes a, antes de tudo, conseguir autorização para a entrada dos alimentos apreendidos na cela. "Que vale a liberdade, se estamos longe dos nossos pães de queijo?" - questiona Ricardim.
esse blog dificilmente reporta os fatos mais espetaculares

as revoluções não serão televisionadas pelo star putz

pq quando uma coisa muito grande acontece, prefiro deixar a grandeza intocada. sei que escrevo mal, então não quero entortar o bonito

por isso não falei, até agora, da balada literária

o máximo possível é transmitir a informação. pq o porcas tocou na festa de encerramento

vão pintar alguns videos, não vejo a hora de postar

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e amanhã, quarta-feira, o porcas e a patife band se apresentam no inferno - rua augusta. discotecagem do helio flanders. produção do daniel belleza.

tem base?

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hj fiquei 14 horas nas mãos de são paulo. saí aqui da casa da mari sol ao meio dia, voltei meia noite. andei a pé de pinheiros até o centrão. vi dois filmes, assisti dois shows, escutei dois discos no walk man, tomei quatro chuvas. calado, cultivando os pensamentos. vagabundo. duas meninas me pediram pra ler o q estava escrito na minha camiseta: às vezes eu surto mesmo. e eu sempre frisando q era uma música dessa banda aqui ó (mãos na camiseta), cérebro eletrônico. caminho cabisbaixo, respiro direito, meus passos são lineares? não pensei em nada disso. fiquei 14 horas calado, ouvindo os rumores dessa cidade banhada de chuva. ouvi a língua coreana e os sotaques do nordeste, vi um monte de menina bonita, nenhuma podendo ser minha, pq estou muito sozinho na minha saudade.

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antes de dormir, lá em casa, a gente dizia assim: bença pai dorme com deus, bença mãe dorme com deus. era legal lançar essa voz contra as paredes. vozes soltas no escuro. o som que eles respondiam era a expressão do amor. stiabençoe, filhinho. hoje vejo que dar e pedir a bença eram modos de dizer: estamos juntos diante do abismo da noite.

é outra ou é a mesma, essa noite que agora chega?

essa semana

aopa

falando direto de são paulo, onde o porcas faz uma série de quatro shows:


18/11 - Cinemateca - Seminário Cultura Digital (São Paulo/SP)

20/11 - Noite Fora do Eixo no Cidadão do Mundo (São Caetano/SP)

22/11 - Balada Literária (São Paulo/SP)

25/11 - Inferno - Porcas + Patife Band (São Paulo/SP)

daqui, passamos em uberlândia pra dar um alô na rapaziada, e já vamos direto pra goiânia:

28/11 - XV Goiânia Noise - participação de Paulo Barnabé


pelo star putz, ou pelo www.porcasborboletas.com.br, vamos contando tudo

por enqto, deixo o link pro site do jornal correio de uberlândia. já está no ar o texto dessa semana da coluna que venho escrevendo quinzenalmente. reparem a foto ao lado não. é a do vitor hugo, um amigo meu. quem estiver em uberlândia, e não tiver nada pra fazer, pode conferir a coluna impressa, q é bem mais legal

http://www.jornalcorreio.com.br/blog/HUGOSOL/62/musicais.html

então é isso. bjo em todo mundo.

rio e também posso chorar

é preciso admitir a tristeza

qdo ela pousa no quintal

- objeto voador não identificado -

convidar a danada pra tomar um café.

depois escovar os dentes

fazer as vezes da casa

e dar licença pra ela ir embora.

eu tô realmente triste de saudade do rio

não é uma saudade de alguém

é a saudade de um todo-mundo

e o todo-mundo do rio é iansã na terra

o rio é uma cidade cozinhando em fogo alto

quantos sons. a fala carioca. o acontecer daquela cidade é antes de tudo um acontecimento musical

(o acendimento intenso de repente apagado é que me causa o choque a que chamo saudade)


dedicado a meu amigo cadeado

rio de janeiro

porcas toca amanhã aqui no ri, no cinemathéque

mais duas bandas se apresentam: medulla e fantasmagore

portas da casa noturna se abrem às 21h

reparem não, disse rapidinho pq fissura pra cansar minhas pernas entre as fachadas desse centro

(acabou de parar de chover)

bjo, té amanhã!

conversa com o marcílio

é que domingo eu vou no mineirão. atlético e flamengo. o adriano é o centroavante do flamengo; diego tardelli, do atlético:

marcilio diz:
e aí, danis... vai ver o show do Adriano, ou desistiu?

danislau diz:
uai, cara, o show dele foi cancelado

mas arrumaram um substituto

acho q vai ser até mais massa

vai no myspace dele ó

www.myspace.com/diegotardelli

sejamos

q desencadeia um grande momento?

há os grandes momentos premeditados e os grandes momentos imprevistos. bom pensar no surfe dos acontecimentos desencadeadores de um grande momento imprevisto.

eu sempre fui um apaixonado por jam session musical. abrir-se para uma jam é confiar nos deuses que moram no correr dos fatos bons. mergulhar na surpresa, como diz o maurício pereira. quando há jam, o mergulho é junto. não há jam sem abraço. wagner e eu sempre conversamos, desconfiados, sobre isso: a (im)possibilidade de se estar juntos. caetano: o certo é fazendo música.

eu sempre gosto de reconstituir a história de um grande momento. é quase possível identificar um príncipio de ordem dirigindo tudo, regendo todas as conjunções, apesar do aparente desapego dos fatos a qualquer vontade direcionadora. é preciso saber ler as histórias que se desenham - e fazer uma jam com o destino

todo começo é involuntário
deus é o agente


então eu abro a janela transtemporal do youtube pra gente espionar a jam session que rolou por ocasião de uma oficina que o porcas borboletas e o vane pimentel realizaram dentro da conexão vivo 2009 (achou a frase grande? a próxima é bem pequena).

vejamos

jornal correio

aos os

e hj é o dia de minha estreia no jornalismo brasileiro. desculpe. começando de novo.

né não. é que vou dividir a coluna musicais, do jornal correio, de uberlândia, com a adreana oliveira. semana sim, semana não, a coluna apresenta um texto meu.

e o texto dessa semana foi aos ares hj. extra extra, deve ter um menino gritando na praça tubal vilela.

e está na internet tb. aqui ó:


por favor, relevem a foto q está ao lado do texto da internet. é a foto do vitor hugo. mas, pensando bem, tudo a ver a foto de um outro cara ali. a ver com o texto. suspense? confiram.

bjos!!!

queijo elétrico

(peço desculpas aos internautas)

entrou no ar a última edição do Queijo Elétrico, webtv de BH, legal às pampa.

e tem entrevista com o titio, nessa edição.

foi bem legal. eu tinha dado um rolé pelas ruas do centro, aí cheguei no local onde o porcas ia tocar, transtornado de prazer com o banho nas luzes de mercúrio da praça raul soares. tinha o pessoal organizando o set pra alguma gravação de video. olhei e disse: nossa, tá bonito esse set. o edifício JK tá bem a propósito. aí os meninos disseram: a entrevista é com vc, doidão!

http://www.youtube.com/watch?v=5ZPrYaPp9hY
parece que acendeu uma coisa dentro

o intervalo entre o primeiro e o segundo encontro abriga uma angústia doce

terra, do caetano, é uma tour afetivo-espacial

ninguém supõe a morena dentro da estrela azulada

terceira pessoa

o hudson acabou de atribuir a mim a seguinte frase

o homem sem chifre é um animal indefeso


aí eu perguntei: eu disse isso mesmo, bro?

disse sim, lá na sua casa do santa mônica



(a vida é boa)

jambolada

todo ano, antes de ir pro jambolada, eu escuto memory of a free festival, do david bowie

meus amigos todos estão num corre-corre danado, cruzando a cidade com o celular na mão, conferindo os mil oks. q leva os meninos a tanta movimentação?

A JAMBOLADA !

que começou ontem, lindamente, como sempre. muita gente, quanta beleza.

e hj tem mais. de tarde agora mesmo, às 16 horas, tem uma mesa da jambolada literária. xico sá vem aí, mil tererês. alex antunes já está na cidade desde quarta. e o rui mascarenhas chegou ontem. que beleza. eu e robisson sete, junto com esses malucos, participamos da mesa. dsmais legal.

e de noite são os vixe marias.

ó a programação aqui

www.jambolada.com.br

luar como esse do ser tão

não há vida depois da morte
pq se houve vida depois da morte
o que não houve foi a morte

bandeiras no vento de são carlos

são carlos ontem foram luzes nas dezesseis pontas da rosa dos ventos

o fenômeno da luz elétrica ainda impressiona

estou com daniel belleza e paulo barnabé diante de três mastros de bandeira, nus de qualquer tecido. paulo lança a enquete: q bandeiras vcs penduravam nesses mastros?

primeiro a responder foi ele mesmo. na primeira bandeira, a foto de uma mulher nua. na segunda, uma tocha, uma super tocha, acesa. na terceira, ele mesmo, vestido de romano, ramo de folha sobre as duas orelhas e tudo. de imperador.

a free mind do paulo faz a gente rir delicioso ontem.

daniel belleza produziria 3 bandeiras amarelas, as três juntas formando a frase, cada palavra em um tecido: NÃO ESTIVE AQUI. a letra é pink rosa.

ricardim apareceu e disse q a bandeira dele seria a bandeira do PT. O Partido Transparente. Uma bandeira translúcida, virgem de qualquer imagem. minha mente tentou empurrar a imagem de uma bandeira de plástico, a única q julgou capaz de transparência. não, minha outra mente retrucou. é tecido, e é transparente, a bandeira do ricardim.

pra hj de manhã eu ter ido na igreja da praça da igreja com cúpula. fui lá agradecer a curvatura daquele teto existir. dou por mim na segunda nave, a sacristia, onde queimava pra sempre a luzinha elétrica vermelha querendo ser fogo. nos vitrais , muito azul, algum amarelo, vermelho quase nenhum. os vitrais estão acesos, e o arredor é um incêndio frio, azulado. nem alegre, nem triste, nem poeta: santo.

e fui eu o escolhido para colher o sorriso meio débil do senhor que achou por bem amanhecer na inutilidade de pousar os joelhos sobre o macio da almofada do banco da sacristia.

anéis de saturno

a gente tava conversando e as mensagens que vc mandava simplesmente sumiam, não chegavam à minha tela. acho q tem um buraco negro instalado no meu computer, engolindo o q vc diz. preferia ele engolisse o que eu disse pra vc. muita bobagem? não consigo sentir e ficar calado, vc sabe. fui fazer um café, começou nosso papo, quando me lembrei a água já tinha toda se evaporado. foi o buraco negro que bebeu o meu café. ontem vi vc na festa, quando tive coragem pra te dizer oi não te achei mais. ê buraco negro. mas gosto dele. sei que um dia vamos visitar o quartinho onde ele guarda todas as nossas coisas.
ontem teve uma lua no céu da universidade federal de uberlândia. as sibipirunas produzem suas flores amarelas que produzem seu perfume sutil que minha alma aprendeu a captar desde sempre

teve festa lá, depois de muito tempo dei um rolé na noite uberlandense. coisa q sempre faço na ufu: me desapego da multidão e saio passeando pelo escuro amarelo das luzes de mercúrio.

de longe pude ouvir os rumores. fui então cultivando a lonjura, saindo da festa, me aproximando da lua. a placidez quase falante da lua. pensei em ir embora.

voltei pra festa, peguei uma cerveja, passou uma saia, entendi o transcorrer: sempre se dirigindo. não há estacionamento.

Porcas Borboletas - mil e uma noites



foi a vida quem imprimiu na fita as imaginações compartilháveis por youtube

a gaveta está aberta
q sol se liberta?

mil beijos solares meus, danis

porto velho

em porto velho, amanhecido de todas as noites anteriores: finda a turnê do porcas

mil e tantas noites em 21 dias.

ecoando na minha câmara de eco, a voz dos caras, a voz do mar. foram 21 dias de treta nenhuma, o que vi foi o sorriso faceiro embandeirado no rosto, o gesto solto, nada sério, tudo muito sério.

as dores, que prefiro chamar de dolores. a saudade cortante do filho. a precariedade de recursos. o sexo se agigantando, incomodando as entranhas. tesão de praia, os sonhos noturnos banhados de suor e saudade. uma sensação de perdição. perdidos do lado de lá, o de sempre nos escapa. não há vida depois da morte, pq se há vida depois da morte o que não houve foi a morte.

o mundo deve ter corrido sozinho, à revelia. os ajustes foram feitos, na minha nossa senhora da ausência. donde essa sensação de alijamento, de estar de (e por) fora. talvez não encontre mais lugar nessa sala de sentar. meu filho pelo menos venha brincar comigo.

site novo do porcas borboletas

estac tá o site novo do porcas borboletas

o eduardo bernardt fez, ficou bonitão

www.porcasborboletas.com.br


e a onda é q seja um site atualizado frequentemente. a página principal é um blog. então é aquela história: fofocas, videos, relatos de viagem

como disse: só não rola o quem-comeu-quem pq os porcas não comem ninguém

giantesco bjo. e espero todos os amigos paulistanos no show de quinta-feira, porcas e cérebro eletrônico no studio sp.

kisses? ice, ice kisses

fortaleza

ontem foram 8 km de ida, 8 de volta, pela orla de fortaleza. ou eu vou até o fim da praia ou eu não sou filho do policarpo. meu pai chega em praia, segue ritual: abre uma skol, namora o mar, entra no mar, vai passear. e vai até o fim da praia. já disse aqui que quando não tem praia o passeio é o mesmo. sempre indo, ou voltando, o meu pai.

ricardim aqui do meu lado achou bom e riu quando nos demos conta de que o disco vai sendo lançado com a gente aqui em fortaleza. bem a propósito, né. o nome do disco é A passeio.

e o danado começa a passear hj, 17 horas, a partir do www.foradoeixo.org.br

de noite, a gente toca no heyho bar. noite de festa, tudo azul

fim de tarde, hj, entra no ar o novo site do porcas: www.porcasborboletas.com.br . O eduardo bernardt tá dando os últimos tapas, vai ficar bem legal.

então deixo sincero abraço a todos. vamos dar um mergulho na praia do futuro !
o avião já tá buzinando na minha porta, esse povo de chapeuzinho branco é tão impaciente

mas o rumo é o nome de cidade dos mais bonitos que tem, fortaleza

começamos amanhã a turnê (tourneé) de lançamento do novo disco do porcas - A passeio

nada mais apropriado nessa vida: passear

dia 20 desse mês que lá invai correndo, vale repetir, entra em órbita o nosso tão querido disquinho

é so clicar em www.foradoeixo.org.br, procurar o link e fazer download. de graça, claro uai: internet é bom assim

logo logo chega o disco (meta)físico. aí quem quiser gastar dinheiro não vai ter o q reclamar. pesque-pague. vou dando as dicas.

tão tá? bjo gigante, durmam bem
tenho pensado muito nos rumos da nação. acho que o chelo é o cara mais preparado



acredito nesse homem. tantos amigos querendo se ajeitar, soando mais desajeitados ainda com a roupinha nova. chelo segue convicto. é a vida que se ajeita quando o chelo passa





SAÚDE, LÓKI

dois blogs

dois blogs muito legais, de duas meninas muuuuuuito legais, amigas minhas, graças a deus

dois canais inteligentes e bonitos em meio a esse caos todo

o da graziela pascoli: www.voourbano.blogspot.com

e o de ana reis: www.diagramadeprocessos.blogspot.com

bjo, boa sorte pra todo mundo

cirilo



ele só quis dizer




.
hj li num blog (como há bons blogs...) que a solidão não deixa de ser um método pelo qual um homem pode se conhecer

realmente é um barato, esse de ficar muito tempo sozinho

eu mesmo. não sou de sentir falta de gente. gosto da minha acústica interna, do sabor dos pensamentos

e de perceber como vou pouco a pouco enlouquecendo

e que, a seguir essa toada, logo logo, de tão louco, pouso na saúde plena

(agora há pouco mesmo, adormeci pelado na sala relendo on the road. aí, no sonho, dei um zoom out e me vi lá de cima, estirado no tapete. vi poesia e desolação nessa foto)

uma coisa legal é q, na solidão, escuto música o dia inteiro

e os discos viram caras. caras muito legais

entendi pq o professor doutor da puta q o pariu, na minha banca de mestrado, não conseguiu engolir o fato de eu ter dedicado o trabalho aos discos jesus não tem dentes no país dos banguelas e cabeça dinossauro, dos titãs

o prof doc, coit, não sabe: discos são caras

hj mesmo estive com o odelay, do beck; com o here comes the warm jets, do brian eno; com o primeiro do pink floyd; com o abbey road; com o the sea and the cake. e agora, vou tomar banho com o ziggy stardust

aí depois é rua. pq a lua está linda. e pq moita e nassar e yan e biasi vão discotecar no goma

e la nave va

agora de manhã estive conversando com o eduardo bernardt, e fiz questão que falássemos do escombro

o escombro foi o programa de rádio que os caras pilotavam nas noites de sábado, na rádio universitária de uberlândia

o banzo o cláudio o marcus tulius e o eduardo: os taturanas



me lembro do primeiro programa. considerei, na época, a possibilidade de pedir aos caras pra acompanhar a transmissão in loco, da cabine. depois desisti. achei melhor ouvir tudo pelo rádio mesmo

aí fui com o golzinho pra um lugar bonito da universidade, 500 metros da rádio, nem isso. fiz todo o cerimonial: aquilo era uma coisa importante, senti. o golzinho tinha um puta audio bonito. abri a porta do carro, fiquei vendo as luzes do céu, ouvindo o programa

tocaram let´s play that, do macalé. essa é pra tocar no rádio, do gil. prezadíssimos ouvintes, do itamar. gênese, do caetano. nave maria, do tomzé. o silêncio, do arnaldo. impressionante eu conseguir me lembrar disso tudo. minha memória não costuma ser tão eficiente. mas foi q aquilo me impressionou. e o escombro, tenho certeza, foi decisivo pra vida de muita gente.

eu mesmo não tinha ainda muita noção desse universo que o escombro apresentava. e os caras não ficavam restritos a essa onda de música brasileira. tudo era muito caótico, e eficaz. um programa sem camisa, suado e de cabelos molhados. até radionovela rolou.



o escombro existir era uma coisa confortável. sempre se sabia q aquele princípio de loucura, de força, estava no ar. mesmo quando não se estivesse ouvindo o programa, dava pra captar.

a universidade, naquela época, era um pólo criativo. o papo era sempre efervescente, uma banda atrás de outra surgia. o pau de bosta, primeira formação do porcas borboletas, surgiu nesse contexto. o show de estréia da banda, aliás, foi no escombro.

o programa ficou no ar por quase 10 anos. certo dia chega a notícia de uma tal investigação do ministério público. apologia ao uso da maconha. os taturanas, personas non gratas ali no ambiente da rádio, se vêem na obrigação de abandonar o programa.

patos de minas d. C

ontem de noite eu tava aqui nos patos de minas, convidei o theo pra dar um rolé

pegamos o carro da virgínia, e ficamos passeando pela cidade, já adormecida às 22 horas

ouvimos de cabo a rabo o disco do vinícius e do baden. theo estava dormindo no banco de trás qdo passamos em frente à antiga casa do meu avô. desliguei os faróis, ficamos flanando pelos quarteirões. tive uma clara sensação de que todos os eventos passados não aconteceram ali. porque vai saber a posição do planeta naquela altura do campeonato. assim: a escola em q minha mãe conheceu meu pai era aquela, mas o local onde se deu o encontro primeiro poderia estar a 10 mil quilômetros dali.

e foi revirando arquivos antigos q me deparei com o video abaixo, ainda inédito no star putz. é a cobertura do festival marreco do ano passado. o porcas tocou. foi um dia de muita chuva, me lembro do alê (a mãe dele tb é filha de patos de minas, e foi amiga dos meus pais na adolescência) chorando muito bonitamente no quartinho vagabundo do hotel veneza, falando sobre essa coisa de revisitar a nossa terra original.

tudo muito forte

vejam o video, e perdoem meu errinho no poema do vinícius. e não deixem de ver tb os primos todos, o pai, o theo, os broderes do vandaluz e do barabizunga, o alê, o gabriel, todo mundo no palco cantando lembrancinha


tchau, patos de minas, muito amor por aqui, o ônibus segue: tanto o que vai pra uberlândia, como o que segue de faróis apagados escuro-do-céu afora, pelo trajeto sempre inédito de nossa órbita circular

web radio fora do eixo

e não é q estou em patos ouvindo com toda a clareza do mundo o show dos meus conterrâneos paturebas do vandaluz, tocando ao vivo no festival escambo, em sabará?

pela rádio fora do eixo.

nossa, achei fantástico isso. uma delícia se espantar com as tecnologias. caraio, os meninos colocaram essa rádio pra funcionar mesmo. e logo depois do xou dos vandaluzes, Macaco Bong

eta eta eta

faca e o queijo na manga, só não faz barulho quem não quer

dá-lhe

http://www.foradoeixo.org.br/webradio_popup.php

a session ensina

Aí fiote, valeu demais pelo tapete da sala, pelas breves porém lisérgicas e lúdicas sessions, pela metafísica e pelo contato com o pequeno deus.
Te aguardo, ainda que inesperançosamente, aqui na beira do lago.

Abratz

Roberto

A PASSEIO PELO SHOPPING: uma fotonovela do porcas borboletas

enquanto danis sonha ser um gato





ricardim desfila pelo xópin com sua nova namorada





hey... o danis conseguiu! virou um gato!



(fotos de hick duarte)

arte no ônibus

é que acabou de entrar na televisão-internet o site do Arte no Ônibus

www.artenoonibus.com.br

é uma idéia superlegal: os caras compraram o espaço ali no fundão do ônibus e estamparam vários trabalhos de arte plástica, poemas inclusive

tem até um poema do titio

pra quem vive longe de uberlândia, não deixa de ser uma boa oportunidade para se tomar um conhecimento da malucada aqui da cidade

kisses
eu tô com a macaca. cê já ouviu os discos do david bowie? acabei de gozar aqui ouvindo um rock lindo dele. eu fui criado a amor de mãe, e descriado a david bowie.

adoro meus encostos benignos. eles só andam em bando. chego a ouvir a campanhia tocando. e aí, amizade, fez café?

e faz-se noite em plena tarde. transo uma frestinha com a cortina entreaberta, jogo fumaça azul, produz-se o desenho (adoro televisão, vcs sabem). quem aparece em minhas nuvens expectoradas?

coisa boa é vestir calça jeans e sair. quando tem neblina na noite vou cantando mistérios de um lobisomem que fosse homem. e esse tesão pela vera fisher dos anos 80, quando vai cessar? até hj tá passando mandala na minha tv.
viva o café

por enquanto não trago notícias, mas qdo elas vierem, estarão aqui

estou com um video pronto, sem coragem pra mostrar

a pia diz danilo, não adianta me evitar, um dia a gente vai ter q se haver

quantas histórias não estão se desenhando agora...

nenhuma? duas ou três?

está aí minha tese de doutorado: Investigações Sobre a Ocorrência de Deus-Talvez nas Formas Inanimadas da Cidade

ajuste

Vamos lá. Papo séril. Dois ouvidos, left right, audição estéril. e tudo mais vá pro inférnil.

Precisando muito conversar com vc, star putz. my boy. i left you, i know. here i am, entre céu e terra, entre inferno e inferno, entre céu e céu. there you are, between audio in and audio out, in tosco english existindo coitado, e eu te abandonando dia após dia.

quem mais abandonei? inoperacionalidade máxima, quase sem trabalhar, sem internet em casa. tanta gente magoada comigo? vamos que invamos.

primeiro que havia perdido a fé em escrever, sabem como é. o tudo é muito grande, e a letra é pequena. impossível abraçar com essas linhas o céu que tem feito esses dias. e como tem chovido.

mas é q o reset às vezes se impõe. e fui resetar tudo. o oscar capinou o meu quintal, fizemos três canteiros. minha casa hj tem uma cara. a sala está ultrapsicodélica, eu e theo penduramos uns lápis e uns cordões na parede, ficou expressivo. meu estúdio de trabalho está um tesão. estou ouvindo música nova, umas coisas já clássicas, mahler brahms strauss (escreve como se ouve?). que satie e cage eu já ouvia. e tenho lido livros na sala. tomando muitos chás, balada quase nunca. e cuidando do meu filhote. levando vida digna, sem dinheiro pra nada, sou um sucesso! entre as churrasqueiras fumegantes do bairro santa mônica (as meninas como são gostosas!), olha a pamonha tá acabando, sou um habitante do bairro, nada mais. autocomplacente como sempre, romantizando/ poetando tudo - falta testosterona mas sobra endorfina - queimando os dedos pra colocar na boca depois, estou livre.

coloquei o pé na vida, já posso chafurdar no digital.

primeiro passo: detonar ainda mais o q restou de reputação. libertas ainda quae sera tamen, como que é isso mesmo?

and so it goes

ela disse: q nervo!

ele disse muito bem lembrado esse que nervo, vou chupar essa lembrança como se fosse um sorvete com pedaços de morângulos

ela disse estou velha, só penso em ficar em casa

pra ele redizer ah eu tb estou velho, me passa o endereço que eu fico em casa com vc


...

13 poemas ácidos no bolso da calça



GENTE

hj o Robisson Sete lança seu livro

já tenho o meu exemplar em mãos

sensacional

vai ter sarau na casa da cultura, com um monte de gente se apresentando, inclusive esse eu q vos fala

e depois festa no goma, com show da juanna barbera, participação de rogério skylab, e discotecagem do moita mattos

noise, mais uma vez

bjo gigantão té mais tarde fui.
hoje tem balada e eu não vejo a hora. meus encostos estão lambendo os beiços, me apressando. posso tomar banho e fazer a barba antes, carambolas?

(fume a primeira pedra
quem nunca pagou multa na biblioteca)

excesso, ecesso, eceço, essa palavra q vai dar em sexo

o gôsa coisou em mim, dedicando-se por inteiro, e materialmente.
o amor é um esporte que requer lenço
depois, documento
até q vem o vento pra salvar tudo

li ali babá até madrugar. vou matando uma uma minhas súditas, modo de reencontrar xerazade. se ela me contar a piada do não-nem-eu... aposento minha foice na hora, quem sabe saio dessa alcova pra ver o sol, tomar uma ducha. tanto tempo aqui metendo metendo metendo matando matando matando comprometeu seriamente meu senso de humor. comprometendo compremetendo comprometendo.

pegadinhas do faustão domingo à tarde, minha cama improvisando mapas dia após dia, por não ser nunca arrumada. leio meu presente pelo desenho dos mapas q meu corpo involuntariamente traça enquanto eu e meu nariz e minha rola (trio insinuação: bateria baixo e sax) não nos decidimos sobre o ocidente ou o oriente, ao longo da noite.

meu oráculo lençol, nunca conhecerás a placidez de um lago forrado com o pano plúmbeo de deus. mesmo assim, é em ti que vou mergulhar mais tarde. jamais te atravessarei, casulo da virgem maria. mas sei que qdo atravessar será em boa companhia, e a carne exposta do colchão ortoflex vai se embebedar com o fluor das minhas costas, digo suor das minhas costas, digno suor de um trabalhador latino-americano sem carteira de identidade que comprove o ir-se inquieto de seu nome sua idade.
fiquei te esperando ontem

cheguei a adquirir um bouquet de rosas napolitanas

já viu rosa napolitana?

tipo sorvete napolitânio

três cores

um encanto

passei perfume, stiletto, c lembra/ c gosta?

pessoal disse q eu tinha ate exagerado

mas é melhor ficar muito cheiroso q pouco cheiroso né

eu passo muito o stiletto no peito e conexxion nas costas

pra ficar com um cheiro de frente e outro cheiro de bruços

pizza eu curto meia marguerita meio a la moda
O poder de uma balada.

Quem é viciado em drogas - como o álcon - ou que padece de ressacas físico-morais devastadoras, ou que sofre com a flecha preta do ciúme enfiada na garganta qdo avista o ex pendurado em pescoço inimigo com aquela cara de hoje-tem, costuma maldizer a noitada

a noite é do cão
tenho preferido um bom chá, um bom livro
quero acordar cedo e tomar ducha, curtir a manhã, sabe como é

a noite machuca

venenos da noite estão aí, para o bem e para o mal

no já abandonado blog do porcas, mesmo, tem alguma coisa a ver com isso: aqui

E logo embaixo tem convite meu, pra quem estiver em uberlândia nessa quinta. a mara faria me convidou, eu perguntei "tem certeza?", ela disse "tenho sim".

té lá?





as ave marias, por favor. conto tudo, tudo o q eu quiser

por enqto só conto q por enqto estou calado.

meu teclado tá só com a letra i

estive em belo horizonte, fiquei 10 dias por lá

rolou a turnê pele do asfalto, rolou show do porcas com o arrigo e o paulo barnabé, rolou o conexão vivo

rolaram mil coisas lindas

vou despejar tudo por aqui

vou

por enqto, tentando afinar esse teclado

tempos de mexirica e maio
oi

hj foi um dia lindo, perfeito

acordei tomei café voltei pra cama

acordei almocei fui pro mineirão

aí lá o primeiro tempo foi mais ou menos

sol demais na cara

mas depois o sol baixou

e qdo é fé a charanga começou a tocar

senti uma brisa no ar

o embaixador dos venenos dá seu consentimento: tapinha

vi dois escanteios um lateral duas faltas e um cartão amarelo prendendo a respiração

qdo soltei o mundo já era outro

mergulho no puro, no absoluto

aí foi canal 100

a charanga tocando q bonito é

taí

o teu cabelo não nega mulata

não dá pra esconder o q sinto por vc

vi o segundo tempo todinho dançando

a arquitetura do estádio, o sol já vermelho na multidão

acabou o jogo a charanga a mil nos corredores, as pessoas todas dançando faceiras

um carnaval puríssimo

criançada, meninas, os tios... todo mundo no axé

eu sem dúvida o mais paloso dentre 50 000 pessoas

nem aí, dançando, rindo sozinho

saquei q naquele contexto a loucura não destoava

então podia dançar

foi demais, a psicodelia máxima, como há muito não sentia

o imenso prazer em viver, respirar esse ar fresco de montanha, curtir as luzes do dia e da noite

o nunca-se-entediar

pq cada expressão era um livro pra se ler

cada fisionomia

foi lindo, e isso tudo me lembrou vc

pq vc pra mim está afinada com esse universo

vc habita esse mundo em mim

Turnê Pele do Asfalto em BH

aô BH!

acabei de chegar a essas montanhas, dormi no ônibus ouvindo o bricolage do amon tobin. adoro audição assim, eu morto a audição não cessa. pêlo ao contrário, sei que ouço - ouvo - outras coisas qdo.

mas felicidade muita de chegar a esse campo montanhoso. hj tem xou dos meus amores, vanguart no conexão vivo. depois tem discotecagem do moita, e a discotecagem do moita está uma coisa (no sambakana, festa linda desses outros dois amores meus: flávia mafra e israel do vale)

tudo lindo. e na madruga passada, meia noite e tanto, theo pirando com o discovery kids, eu completamente pirado com a vinheta q o edinardo tinha acabado de fazer

abra-te sésamo, abraça-me tonto


o céu está azul e eu sou livre
o grande amigo e parceiro das antigas alessandro carvalho acabou de me mostrar o flyer do cineclube da esquina. trata-se do momento em se projetará o filme tapete vermelho, no pátio do mercado municipal de uberlândia. pra logo depois rolar o debate com a iara magalhães, e bate-papo e show com luiz salgado e tarcísio manuvéi.

achei genial a ideia. fiquei na verdade foi comovido. cinema ao ar livre me parece uma coisa de extrema potência. não sei nem por que, direito. as paredes do cinema (responsáveis, justiça seja feita, pelo som, pela coesão do som, tal) acabam criando uma bolha, o q é muito legal. ver cinema em sala de cinema é mergulhar num outro mundo, distinto da "vida real", o q é fantástico.

mas ver cinema em ambiente não-distinto da vida real, puxando com os pulmões o prana do ar, talvez lá no alto o cinema primitivo da lua, é uma coisa de se mudar a vida.

comigo foi assim. primeiro filme q vi no cinema foi em três marias, no cinema ao ar livre que tinha no meio do cerrado lá. a incrível fábrica de chocolates, versão antiga. me lembro do desespero que me deu, naqueles momentos. descemos do carro: foi ver a tela multicolor e pegar na mão do meu pai. jovem demais pra viajar no roteiro, curti o filme como se contemplasse um aquário. chegou a doer o impacto daquelas cenas todas.

então é torcer pra q todos os meninos pintem no mercado. menino incluindo, claro, até os vovôs. pq o vovô é só um menino que cresceu. e o cinema sempre fala ao menino.

em brasília 22:16

cartola na vitrola
cerveja na mesa
mesa redonda com talles na cama babando

a musa distante, eu imaginando
tem o que seja o conformismo libertador

q é o tchan cantou muito bem: pau q nasce torto nunca se endireita

por designação dos astros, e das mil outras conjunções ocultas, soa cine pronto

as coisas mudam pra continuarem as mesmas - pedaço de pensamento que me vem à mente agora

por desig dos astros, e das mileoutras conj, talvez, sempre me vejo naquelas de agora será diferente

nada é em vão, nem isso, q nunca vira ação, mas a meta nesse agora de ressaca é: vou mudar de vida, vou passar a ser eu

o q seja o conformismo libertador.

tentar demais cansa, deixa o barco correr, quem desgoverna sabe o que não está fazendo

eu só vou deixar essa vida qdo essa vida me deixar

ioga meditação agora transo com homem separação conjugal abstinência seguida de cancelamento da abstinência de drogas xadrez banho de loja budismo cooper filosofia biblioteca terapia corte de cabelo natação

aonde nunca mais, agora o negócio é onde

o mar é quem ensina

montes claros

aô montes claros!

sabia q tudo ia ser quente. paixão pelo norte de minas

tinha oficina com o porcas, eu fui pra lá depois de sauna e breja, meio empreguiçado, qdo vejo - roda com umas quarenta pessoas.

q papo

todo mundo falando, o q é o interesse pela vida

e de noite, show com o otto

e depois do show do otto, balada histórica. alguém chegou e perguntou se a gente podia dar uma canja. (tava eu otto e jack): claro. eu perguntei pro rapaz q ia ao violão sobre o q a gente poderia cantar. otto: ah, preocupa não, na hora sai, simbora. aí lembrei da tatuagem q ele tem no antebraço, nome de disco dele: sem gravidade. that is what otto is all about. grande lema, grande filosofia.

fomos pro palco, lembrei q o home é repentista. pensei aí até eu. ô calor. queria fotos e mais fotos, pra mostrar. por enqto corre essa, q o pessoal do uhu fanzine tirou

haxixe na manhã outonal de são paulo

opa. taí embaixo essa foto do douglas soares. momento da performance star putz. logo logo chegam as fotos do thiago carvalho e do marco nagoa. aí vamos mostrando. chacal fez uma montagem com fotos minhas e dele, uma do lado da outra, o q muito me comoveu. sinto amor pelo homem. no blog dele. bjos daqui, cheguem aí, voltem pra cá.


qta coisa aconteceu, tem acontecido, coisa grande mesmo q esse blog não consegue alcançar. ainda nem falamos do lirinha semana passada em uberlândia com o mercadorias e futuro. momentos iniciais da turnê pele do asfalto. não falamos ainda do otto tocando com o porcas na sexta-feira. nem do vane pimentel barbarizando no palco da conexão vivo. não-falares. tempo tempo tempo tempo. acontecendo as coisas vão.

agora esse eu está em sampaulo, bom e velho centrão, feiíssimo centrão, pitoresco centrão. me sinto em casa aqui, e ngm me diz oi. acabei de ver uma lavanderia à moda antiga, uma loja de fogões do século passado, um cinema pornô de onde saiu um bigode palitando os dentes.

vontade muita de escrever, porque tudo aqui é pra isso.

hospedado no hotel américa do sul, vista pra são joão, quarto de poeta, disse pro enio. mas vontade de estar no rio, atendendo a chamados pretéritos q agora se manifestam. qdo for falar do chacal, explico. adianto: matava aula no colegial lendo o chacal e amigos dele na biblioteca do centro de uberlândia, e não sei pq, ali, naquilo, experimentava o rio. agora é questão de necessidade, de trabalho. estar no rio porque aquele ar e aquele sal vão temperar bem o q está por vir. o certo é na biblioteca, cabeça a mil, calado.

ontem a gente foi no show do radiohead & los hermanos & kraftwerk.

uma vez eu estava no site do kraft e qdo vi já estava fuçando sites das agências de viagem. é q tinha q ver o kraftwerk de qq jeito, e tinha show só em sidnei. entrei nas agências, caras demais as passagens. gabo-me: considero, rapaz, a possibilidade de ir pro japão.

mas a montanha veio a maomé, e o q pensei foi q a turma deles é o kubrick, o beethoven, o cervantes, o van gogh, os beatles. nunca, em arte, vi nada igual. obra de arte perfeita. as tematizações: radioactivity, tour de france, aerodinâmica, man machine, the robots etc.

sem boa noite galera. sem linguagem discursiva. só ícone.

depois falo mais?

radiohead a galera atrapalhou um pouco. fã, já viu. o fã está para a música pop como o torcedor está para o futebol. a obtusidade dos fãs. me lembro do itamar pedindo pra platéia, antes do show: por favor, palminha só no final. eu assino embaixo. detesto palminha. povo ontem bateu palminha demais. ru ru ru ru ru. com palminha no meio. mas tudo bem, o titio é q está velho. show dos caras foi lindíssimo tb.

agora vamo q vamo. mixando disco do porcas, mais 5 dias de trampo e tudo está pronto.

passo no rio, volto salgado, dou um beijo no rosto de quem eu amo, e é muita gente, nunca fui exemplo pra ninguém. desculpa ê.
melhora na hora
mas depois piora

turnê pele do asfalo: chacal postou

o chacal atacou ontem sem dó nem piedade
com aquela delicadeza toda
com aquela potência toda

mas não vamos falar sobre isso agora

pq agora é arrumando roupinha pra ir pro goma

deixo antes, porém, o delicioso post do chacal sobre a noite de ontem

www.chacalog.zip.net

(aí amanhã falamos de tudo, desde os anteontens fabulosos)

Turnê Pele do Asfalto e Walber Schwartz

e é daqui a poucas horas! as oito horas da noite hj serão portal.

os meninos chegaram ontem de noite. e já foram direto pro samba. lirinha, gigante e mauro. aí lá foi tudo em torno deles, esse infinito axé q eles têm.

agora segunda de tarde o palco vai sendo montado.

chacal quis vir um dia antes, pra assistir ao Mercadorias e Futuro.

tudo espalhado, esperando hora de juntar.

e nessa tarde, eu, me preparando pra sonequinha de duas horas pra recuperar a voz, me deparo com esse post do walber schwartz. já o tinha lido, entre lágrimas, dias atrás. releio, vejo q no final está escrito o q vou fazer agora: dorme garoto.

walber é o grande entusiasta da Turnê Pele do Asfalto. o cara q injetou energia e boa vontade no negócio, animou a gente.

o walber está compondo uma série genial de entrevistas, publicadas no cultblog. e é, na minha opinião insuspeita (não consigo ser complacente, em termos estéticos, com o trabalho dos outros), um escritor sem par na nossa literatura feita hoje.

bjo gigante no walber, e beijando ele beijo todo mundo q tá junto

(ou separado, provisoriamente. pq amor é muito e o tempo é injusto)

http://www.cultblog.com.br/peledoasfalto.html

Turnê Pele do Asfalto na internet

O Portal Fora do Eixo, confirmando sua condição de importantíssimo (o mais atuante de todos, certamente) canal para circulação da arte independente do brazil, publicou hoje uma matéria sobre a Turnê Pele do Asfalto! Quem assina é o parceiro das antigas Ney Hugo, homem de mil trabalhos benfazejos: baixista do macaco bong, entusiasta da literatura de circulação livre (Língua de Calango, Editora Cativa) - deus sabe lá o que esse homem vai sempre tramando.

Segue o link

http://www.foradoeixo.org.br/noticia.php?id=847


E quem publicou matéria sobre a Turnê foi o CultBlog, portal também dos mais importantes e atuantes do Brasil. O CultBlog merece uma visita, porque é um caso excepcional de aglutinação de talentos, e por vários outros motivos a serem descobertos por quem clica aqui, e sai navegando

http://www.cultblog.com.br/peledoasfalto.html

desliga vc

nanão
despeça não
né agora gorinha não

Turnê Pele do Asfalto

Oi gente. Seremos noise? Taí o cartaz da Turnê Pele do Asfalto!

O festival começa nessa segunda-feira já. Faz parte do Conexão Vivo, que acontece em Uberlândia na semana toda que vem. Muita coisa vai acontecer. O cartaz canta bem a pedra. Clica nele que ele cresce. Importante demais a presença de todo mundo. Vamos falando nisso ao longo desses tempos preliminares.

Contando já com a presença de todo mundo. E com aquela força na divulgação. Bjo!


ainda bem

reguim na lan rause! eta março! esse povo de peixes... e essas coisas q estão acontecendo agora, são de peixes tb? peixes, auspicioso signo.

não posso deixar de contar.

sexta, sábado e domingo de peixes.

sexta a gente viajou pra governador valadares com o arrigo e o paulo barnabé. na van, com o paulo, chegamos a compor uma canção bem legal: mulher borracheira. conta a história de um cara q teve o pneu do carro furado e acabou indo parar numa borracharia onde se apaixonou pela moça atendente, a mulher borracheira

imagine melodia, vai: universo caminhoneiro, algo meio fuscão preto

mulher borracheira
aventureira
o rosto com graxa
a unha pintada
de esmalte e carvão


os caras da ophelia and the tree, q estavam em valadares, onde aliás fizeram um ótimo show, podem testemunhar. né mentira não. foi sereno e de amizade o momento. pq os irmão barnabés são coração infinito. teremos video logo logo.

e sábado o pau continuou quebrando gigante. eu diria q foi uma das melhores festas já existidas. o porcas tocou antes, o cérebro eletrônico depois, os durantes foram de peixes mesmo, como aliás é de peixes o paulo barnabé que fez aniversário no dia em q estávamos em valadares, esqueci de contar no parágrafo anterior

tava todo mundo lá, e aquela sensação no ar de q alguma coisa forte estava acontecendo.

a mari sol por exemplo, estava a mais bela das mulheres, postura de pomba-gira garbosa, rindo muito ao me flagrar chorando com as mão no joelho no show do cérebro

é q percebi q a música "dê", do cérebro, pode salvar o mundo




vai um homem e escuta essa música. lembra-se da ex-namorada, ou de alguém por quem ainda sinta ciúme. ounvindo a letra, percebe que será outro o rapaz, não mais ele, a estar com a moça

aí lhe ocorre a possibilidade de essa letra estar cantando pra esse rapaz

experimenta, pela primeira vez, esse sentimento: não estando mais ao lado de quem esteve, deseja sinceramente que momentos de amor nunca faltem pra ninguém.

mãos no joelho, pq a vida merece
são 7 horas da manhã em governador valadares

partindo com os preás para sampa, onde porcas toca hj de noite

junto com o cérebro eletrônico, q é uma banda q a gente adora

onde? outs, da augusta, dentro do grito rock delícia que o escárnio e osso tá organizando

ontem? tocamos aqui com o arrigo e com o paulo barnabé, no conexão vivo.

foi momento

o victor maciel filmou, logo logo tá na web tv do goma, e no you tube

então bjo pra todo mundo, quem estiver em sampa pode descer pra outs

(vinheta de changes entrou no vh1. amo)


(danilinho dartanhã, em foto do edinardo lucas)
meninos!

o star putz tá meio paradão, né? justifico isso ao mesmo tempo em q canto a pedra: é q estou trabalhando nervoso na produção da Turnê Pele do Asfalto. é um assalto q a gente tá tramando aí.

assim q estiver com as cartas na man (ga), deito-as à mesa.

bjo gigante!
q a maior alegria de um homem
é estar grávido do filho já nascido

Grito Rock

Hoje o Porcas Borboletas toca!

aqui em uberlândia, no Goma, dentro do Grito Rock

claro q asssim... a rapaziada adora carnaval, né. não pensem q passa pela cabeça de alguém substituir carnaval por rock.

até mesmo pq rock e carnaval têm tudo, mas tudo a ver

reparem

se é marchinha, samba, samba-reggae, frevo, rock, não importa

interessa é a presença de baco

e de suas bacantes

até mais tarde? ó a programação da noite

21/02 sábado:
abertura da casa: 22h
23h00 UMEAZERO (MG)
23h50 STRAUSS (MT)
00h40 BLACK DRAWING CHALKS (GO)
01h30 PORCAS BORBOLETAS (MG)
02h20 DO AMOR (RJ)

meu abraço no carnaval

carnaval tá solto

ontem estive em frente à igrejnha do centro, a que era azul. ngm por perto. luzes de mercúrio banhando tudo. ali, sozinho, naquele silêncio, senti o carnaval.

caminhei um pouco e fui me lembrando dos carnavais menorzinhos. o sambinha do chico. a inocência (a inocência rege o carnaval menorzinho) dos meninos brincando,
rabiscando o céu com serpentina,
fazendo nevar colorido com os confetes.
a lembrança de eu no pescoço do meu pai com tapa-olho de pirata: como dava pra sentir as emanações do peito dele. e aquilo era carnaval.

mas é carnaval
não me diga mais quem é vc

o silêncio no carnaval é um deus

estar possuído de carnaval soft vibe é a maior alegria que um homem pode ter

evoé! choro de paixão por baco.

carnaval de menino, aroê

conversa vai, conversa, vai

agora acabou de ser legal porque eu disse pra biba q não ia na festa da fantasia pq fantasia pra mim só se for sexual.

pra bem depois ela sugerir q eu na fossa fosse poético

e eu dizer q só era poético na fossa ou na euforia
o mais ou menos, comigo, nunca dando poesia
pra emendar: pois veja, não veja - até deu rima...

("um anti-acidente. como uma rima")

...

sem querer o texto se constrói. posso confiar que sem querer a sintaxe dos meus atos possa vir a ser texto, algum dia?

danilinho dartanhã

subprodutos oba

é q nessas indas e vindas com violão no ombro o povo acaba fazendo aquelas graças, música de brincadeira, frívolos divertimentos, sabem como são

à guisa de amizade, como diz o tomzé

rodinha

e foi numa dessas rodinhas q eu mostrei pro edinardo lucas a canção: danilinho dartanhã

subproduto da gravação do porcas, música que fiz no apê, aquela onda, banho tomado, cabelos molhados, deixa eu tirar uma onda com o coitado do banzo q tá aqui me ouvindo

(qtas desculpas)

e não é q o edi disse: vamo fazer o video disso!

fiat lux

edinardo lucas mostrando q realmente tem as moral total de tirar leite de pedra

se eu ganhar na sena
prometo q te levo pra comer pizza
oba

madruga

apartamento

clarinha vai falar:

fala meu amor

neguinho aqui fazendo aposta e eu vendo amanhecer no centro, cabrero meio mpb, o ápice da coisa, a gente tudo aqui falando de umas músicas que eu nem sei mas opino. ouvindo

advilé de jesus

porque infelizmente ele faleceu há pouco tempo e meu saco se encheu






só em você tenho fé
e também no acento circunflexo e na trema. nunca soube se era o trema ou a trema, mas sempre achei que era mulher porque eram mamilinhos, a trema. as tremas. as suas tremas.

advilé, só em você tenho fé.
e em vocês.
o que eu vou ser, agora que cresci?

cajuaba aromática

o máximo em beleza feminina, ontem: as passistas no ensaio da vai-vai

a caminhada pelo centro de são paulo, até chegar lá, foi passeio da vista pela fachada dos prédios. olhar no segundo andar

as palavras são todas bonitas: ensaio, vai-vai, bela vista, saracura, nossa senhora achiropita, bixiga

uma palavra feia, mas q lá ficou bonita: pavilhão. o pavilhão da escola de samba

mas isso não foi ontem. foi semana passada. porque ontem foi a sessão de gravação do disco do porcas com bocato e paulo barnabé.

paulo barnabé veio de boné, jaqueta army verde, camiseta rosa por baixo. se ele tava parecendo um personagem, é pq é figura mesmo. tava me lembrando de como a gente ouvia, calado, o disco da patife band, na casa do ênio. bêbados, loucos de tudo, garrafa de cerveja esparramada pelo muquifo, o disco falando sem concorrência. paulo barnabé tocou piano elétrico e cantou na faixa "o rato". quem conhece o porcas sabe da importância do paulo pra história toda.

aí veio o bocato. palavras: o q são palavras, deus do céu? vamo ver se postar video resolve. todo mundo concordou q, em termos de música, não dá pra ir mais. não pode haver mais som. o cara está entre miles davis, john coltrane, hermeto pascoal. foi tocando sobre estrela decadente e produzindo as peças melódicas mais bonitas q ouvi na vida. pra depois sair montando acordes como se estivesse a estender uma cama celestial, pra deus dormir em cima.

simone sou.

ainda não tinha dito, mas simone sou também.

a primeira vez q ouvi a simone foi ela e badi assad. bem brasil, só as duas no palco. simone sentada sobre seu set rasteiro, quase levantando vôo. uma brisa o som dela, olhinhos de quem tava em todo lugar. vassourinha nas baixelas, simone parece q tem pacto com os ventos. aí qdo ouvi as cores q ela havia lançado sobre o disco, foi um reencontro com a minha simone primeira. o q ela fez permite sempre identificar: isso é a simone, não é? pq foi sua pessoal alquimia, benigna bruxaria.

tem sido isso o estúdio, o máximo em vida. daqui a pouco vou falar sobre a participação do marcelo monteiro, da leandra leal e do júnio barreto. convidados do nosso disco tb, os mais moços. a arte borrando-lhes a pouca idade, por quanto pareçam estar aí desde sempre.

e o theo está aqui em são paulo. ficou 3 semanas na bahia. voltou moreno, colarzinho e pulseirinha. apaixonado por mim, eu por ele. chorei alto no show do otto, dançando com ele e com quem pintasse na minha balada de olhos fechados

numa semana de máximos, não podia faltar o máximo em amor.

saravá pra todo mundo!

artur sabóia, 456

o texto abaixo foi postado pelo wagner schwartz, hj, em seu blog. isso pq ontem foi mais um dia da série Dias Incríveis com Wagner Schwartz. estivemos juntos - eu e ele - pela manhã. depois... ah, o próprio wag vai dizer

.........

foto e montagem: wagner schwartz

“não sei se sangue ou porra”, frases agudas no estúdio – tanto quanto a violência popular. mas claro, aqui a poesia foi traduzida, a reação é viva.

hoje fui assistir a produção do novo cd dos porcas borboletas. sem tempo para brincadeira, os meninos estudam metodicamente cada tempo de um verso seja musical, seja do gesto (como sempre, a música parece ser um desdobramento do corpo).

danislau também, enzo banzo, ricardim, moita mattos e alfredo bello (o produtor) criam a fisicalidade daquilo que se apresenta como um jogo de afetos. e, nesse vaivém, criam uma paisagem de personagens ora sóbrios, ora caretas, ora fictícios que são desmentiras de um dia-a-dia. nada como um passeio fora do seu quintal para descobrir que a realidade pode ser também um conto-de-fadas – tão simples, não?

claro, que sim. os vizinhos convidados são leandra leal, arrigo barnabé, simone soul, o próprio alfredo (que retira pianos elétricos, órgãos da década 60, 70 e uma parafernália de instrumentos de seu riquíssimo estúdio-casa – pronto para abrigar boa música), entre outros que ainda estão para chegar. sim, o território, a festa de bairro, tem que ser feita com precisão e pensamento.

vi vicious e rafa rays já deixaram sua contribuição. é possível escutar o que eles produziram pelos alto-falantes da casa e, como são músicos particulares, o que se ouve não é da ordem do esporte, arte não tem tempo pra isso.

entre a extensão da felicidade, pressuposto de deleuze para os bons encontros, vê-se muita festa, muito brilho, pouco moralismo ou assepsia cultural e uma grande escala de acordo entre os meninos. disseram que estavam em crise – claro, a chance de se criar algo em coletivo, que seja político só pode sair de um conflito: a migração de um estado para o outro começa no osso.

aguardemos então o fechamento desse trabalho que deve sair nesse início de 2009.

star putz em cena

antes de ir ao estúdio, tive uma reunião com danislau também, que prepara seu novo espetáculo para estrear em março deste ano. fizemos uma reunião em vila madalena, bairro boêmio da cidade de são paulo, em que me abrigo na casa da dramaturga nicole aun, ao lado da casa de minha produtora gabriela gonçalves.

falamos sobre esse projeto de estar junto, que teve um bom começo em “placebo 2008” – diga-se “um bom começo” para o público, por que nosso papo é antigo. e mais uma parceria surge em breve, o site ‘star putz’ vai para a cena: o blogue-homem deixa de ser herói e vira anti-estrela.

teremos, então, danislau também “coming soon” no palco (coming soon = em breve, ou na gíria, “gozando em breve” – porque sua relação com a punheta é coisa reconhecida em seus poemas – muitas meninas já foram vitimadas).

até já.

reforma ortographica

olha, confesso q estou cagando e andando pra essa reforma ortográfica. cada um escreva como quiser. a linguagem é livre, a língua está aí. fiquei um pouco triste quando fui ler a folha e vi escrito "ideia", "geleia", sem acento. e, juro, não é por conservadorismo. eu mesmo tenho preguiça de acentuar (quase nunca uso o trema). fiquei triste pq não acredito nessas coisas q sobrevêm por canetada, principalmente qdo o assunto é linguagem. em matéria de criação humana, nada se compara à linguagem, com sua infinita capacidade de renovação e depuração. sozinha, sem regência oficial, a linguagem sempre se faz fresca, e eficaz.

dizem q isso tudo é pela unificação da língua portuguesa. vão todos à puta q os pariu. não acho interessante unificar pela uniformidade. q tal unir na multiplicidade? querem vcs, engravatados ou enfardados, unificar a língua? vamos ver aí então umas políticas de intercâmbio. vamo facilitar o trânsito de nossas expressões pra lá e a deles pra cá.

adoro ouvir e ler um português diferente do meu. a do ro.

então tô achando essa reforma uma coisa careta, bem a cara da academia brasileira de letras: coisa de quem tem nada pra fazer. ainda não tomei conhecimento das mudanças, nem vou tomar, deliberadamente. sei q aos poucos vou sacando qual é. se interessar, adoto, pq não? se não interessar, não adoto, pq sim?